“A nossa proposta, que teve como objetivo vivenciar a diversidade cultural do continente africano, é consequência da implementação da Lei nº 10.639/03, que tornou obrigatório o ensino da história e cultura africana e afro-brasileira nas escolas”, disse a professora Elizabeth de Jesus da Silva, uma das coordenadoras do evento. Após um ano de pesquisas, os estudantes realizaram a culminância do projeto por meio de oficinas (literatura, jogos e tabuleiros, dança, maquiagem, vestimentas, penteados), exibição de vídeos e apresentação de espetáculos de dança e de teatro, além de poesias.
Mestre de cerimônia do evento e integrante da comissão técnica do festival, o estudante Isac Pereira, 18 anos, era um dos mais entusiasmados. “Vivemos uma experiência muito interessante. Trabalhamos o ano todo com temas referentes à África”. Bruno Nascimento, 17, que estava na organização dos tabuleiros dos jogos, disse que foi surpreendente perceber o quanto os jogos podem desenvolver o raciocínio lógico, a exemplo do mancala, yoté, shisima e fanorona. “Aprendemos a lidar com jogos complexos. Alguns se assemelham ao nosso xadrez, e eles contribuíram muito para o nosso desempenho em matemática, por exemplo”.
O festival também é parte de um projeto iniciado em 2008 com o estudo dos jogos para o conhecimento da cultura africana. “Outro objetivo deste trabalho é familiarizar os estudantes com a pesquisa, por meio da abordagem cientifica e da experimentação como princípios fundamentais para o conhecimento e a emancipação humana. Desta forma, trabalhamos durante todo o ano letivo com pesquisa sobre os referidos jogos buscando conhecer a história de cada um, as imagens, regras, lendas”, explicou a professora Elizabeth da Silva.
“O Brasil Através do Nordeste”
Os alunos da unidade realizaram também a culminância do projeto ‘O Brasil Através do Nordeste’. A professora Luciana Mendes Senna explicou que o trabalho interdisciplinar, em sua terceira edição, visou a valorização da identidade nordestina. “É importante que os alunos tenham conhecimento da participação do Nordeste na história política, social e cultural do país”.
Foram nove turmas participantes – cada uma se envolveu com um Estado do Nordeste. “Foi muito importante conhecer melhor a história, a cultura, a gastronomia da nossa região. Eu, que fiquei com Pernambuco, gostei de me aprofundar nas danças, como o frevo e o maracatu”, contou o aluno Lúcio Flávio Ribeiro, 17, do 2º ano.
Márcio Batista, 18 (também do 2º ano), relatou que foi “muito gratificante participar da atividade pedagógica desenvolvida durante toda a quarta unidade. Conhecer novos costumes, personalidades locais, a culinária diversificada, tudo isso contribui para aumentar a nossa bagagem cultural”.