O Pelourinho, em Salvador, foi palco do encerramento da 6ª Bienal de Jovens Criadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) na noite de sábado (7), quando os participantes promoveram um cortejo colorido e animado na Praça Terreiro de Jesus enquanto proclamavam “Valeu Zumbi, Viva Mandela”.  Quem compareceu ao evento teve ainda a oportunidade de assistir às últimas apresentações dos artistas de Angola, que agitaram a plateia com músicas e danças tradicionais; de Portugal, representado pelo grupo Ararur, que propõe uma nova forma de trabalhar Word Music e Jazz; e do país anfitrião, o Brasil, com a Orquestra de Barro do Ceará, destacando-se pelo figurino, instrumento e talento de seus integrantes. 

O encontro foi aberto na última terça-feira (3), no Teatro Castro Alves (TCA), e contou com uma ampla programação no Complexo dos Barris e nos espaços do Pelourinho, reunindo 220 jovens criadores de sete países que integram a CPLP – São Tomé e Príncipe, Portugal, Angola, Moçambique, Timor Leste, Cabo Verde e Brasil.

Para o coordenador de Políticas de Juventude da Secretaria Estadual de Relações Institucionais, Vladimir Costa, a Bienal cumpriu o seu objetivo de contribuir para troca de experiências e debater políticas públicas voltadas para o segmento. “Esperamos que a próxima edição em Moçambique, no ano de 2015, e as demais também consigam proporcionar a integração e o fortalecimento desta comunidade”, disse. 

O músico de Cabo Verde, Romeu di Lurdis, não apenas apresentou o seu trabalho e conheceu outros projetos, como também deu início a uma nova amizade. “Fizemos intercâmbio, convivemos, passeamos e até conheci um amigo meu moçambicano, que desde o momento que nos encontramos não nos separamos, declamamos poesias, ouvimos músicas, dançamos, foi uma grande troca de experiências. Estar aqui no Pelourinho então é algo que nunca posso esquecer e que eu vou sempre falar sobre”. 

O evento, promovido pela Secretaria Nacional da Juventude, da Secretaria-Geral da Presidência da República, em parceria com o governo baiano, teve como tema “Política de Juventude e Cultura Livre” e deu visibilidade à produção da juventude lusófona nas diversas linguagens artísticas, como dança, música, teatro, literatura, circo e audiovisual. 

Carta da Juventude 

A Carta da Juventude, que estabelece um conjunto de direitos em áreas fundamentais para os jovens dos países de língua portuguesa, foi aprovada durante a 6ª Conferência de Ministros e Responsáveis pela Juventude e pelo Desporto da CPLP, realizada de 1º a 3 deste mês, no  Hotel Fiesta, na capital baiana. “Este documento define como as políticas de juventude devem ser guiadas nestes países para garantir os direitos dos jovens em relação à saúde, educação, trabalho e outras áreas, como se fosse um Estatuto da Juventude da CPLP”, explicou a secretária nacional de Juventude, Severine Macedo. Ela informou ainda que a carta passará pelos ministérios de Relações Exteriores dos países que compõem o bloco antes de ser assinada na próxima conferência.  

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