Quem passa pela região do Iguatemi e vê com frequência caminhões limpa-fossas estacionados perto do canal de drenagem do Camurujipe pode pensar que o lodo retirado das fossas está sendo lançado neste rio, que corta a cidade de Salvador.
Ao contrário do que parece, esta cena faz parte de uma ação da Embasa para preservar o Camurujipe e as praias de Salvador. Há mais de dez anos, a empresa coleta o lodo retirado das fossas sépticas pelos caminhões e evita que ele seja despejado sem nenhum controle nas praias de Salvador.
Os limpa-fossas despejam o lodo no Interceptor do Baixo Camurujipe, também na região do Iguatemi. O material coletado através do interceptor é direcionado para a Estação Paulo Jackson, no Rio Vermelho, e passa pelo processo de condicionamento para a retirada de areia e resíduos sólidos, como cascas de fruta, pontas de cigarro, cabelo, garrafas pet, entre outros. Esses resíduos são enviados para o aterro sanitário e o efluente é lançado no mar através do emissário submarino do Rio Vermelho, a 27 metros de profundidade e 2,35 quilômetros da costa de Salvador.
Distante das áreas residenciais da capital baiana e com capacidade para receber grande volume de efluentes, o Interceptor do Baixo Camurujipe foi o local escolhido para o despejo do material dos limpa-fossas. Essa ação contribui diretamente para a despoluição das praias de Amaralina, Pituba e Rio Vermelho.
Para garantir que o lodo coletado seja proveniente apenas de esgotos domésticos, o laboratório da Embasa faz análise, duas vezes por semana, de amostras do efluente lançado no Interceptor do Camurujipe, para verificar se não há resíduos industriais, pois o emissário submarino do Rio Vermelho não foi licenciado para receber esse tipo de resíduo.