Extensão do serviço de energia elétrica na aldeia, recomposição das matas ciliares e da cessão de equipamentos de segurança para os índios que atuam como brigadistas em casos de incêndio. Esses foram alguns pontos da pauta de reivindicações dos 26 líderes das comunidades indígenas pataxó e tupinambá (localizadas no Extremo Sul do estado), que estiveram nesta sexta-feira (13) na Secretaria do Meio Ambiente (Sema).

No encontro, que teve a participação do superintendente de Biodiversidade, Florestas e Unidades de Conservação (SFC), Marcos Ferreira, e do representante da Coelba, Marcelo Barreto, os caciques mostraram a importância da ampliação do serviço de energia elétrica dentro da aldeia, por meio do Programa Luz para Todos.

Ferreira garantiu aos representantes dos pataxós o envio de dois técnicos da Sema à região já nos próximos dias 3 e 4 de março. Eles vão fazer um levantamento das demandas e das condições técnicas e ambientais para a instalação da luz na aldeia, localizada em Coroa Vermelha (Porto Seguro). “Por estar localizada em uma Área de Proteção Ambiental, a autorização para a instalação da energia elétrica (colocação de postes) , só pode ser concedido pela Sema”, disse.

O Luz para Todos é um programa do governo federal, desenvolvido em parceria com os governos estaduais. “A luz já chega a 230 casas da comunidade, mas ainda não é suficiente para atender todas as famílias”, disse o cacique pataxó Aruan. Segundo ele, a extensão da oferta de energia elétrica vai beneficiar os índios em atividades como artesanato, turismo e fabrico de farinha.

De acordo com o técnico da Sema, Geraldo Amaral, uma maior oferta de luz é muito importante, tanto para o meio ambiente quanto para a saúde dos índios. “Com a energia elétrica, eles abandonam o querosene, utilizado na iluminação, e também deixam de usar o sal na conservação da comida”, revela.

Como não possuem geladeira ou freezer, devido a falta de luz, os índios têm o costume salgar a carne para conservá-la por mais tempo. O uso excessivo do produto acaba gerando problemas de saúde. “Na aldeia, existe um bom número de índios com pressão alta e diabetes”, diz.

Na reunião, os caciques pediram ainda a recomposição das matas ciliares, dentro do Projeto Viveiros Ecológicos. Eles querem a implantação de novos viveiros com mudas nativas e melhorias nos já existentes.

Os caciques solicitaram também a cessão de material de proteção para os brigadistas, que atuam no caso de incêndios na aldeia. Na região, 120 índios estão capacitados como brigadistas pelo Pré-Fogo, serviço de combate a incêndio coordenado pelo Ibama.