
A elegância e a força da mensagem política do Ilê Aiyê emocionaram o público que lotou a Concha Acústica do Teatro Castro Alves, em Salvador, neste sábado (7), na segunda edição do projeto Concha Negra. O ‘mais belo dos belos’ apresentou o espetáculo ‘Charme da Liberdade’ que contempla os grandes sucessos do bloco afro como ‘Depois Que o Ilê Passar’, ‘Deusa do Ébano’ e ‘Que Bloco é Esse?’. A noite, que teve abertura do Coletivo Afrobapho, formado por jovens negros e LGBTQI+, contou ainda com a participação especial da cantora Daniela Mercury.
Iniciativa do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Cultura do Estado (Secult), e em parceria com a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), o Concha Negra garante o lugar da música afro baiana na programação mensal do maior complexo cultural baiano.
Para a secretária da Secult, Arany Santana, o Concha Negra "se alinha a condutas que reconhecem a importância da representatividade e a afirmação de identidades. Ao fortalecer a ocupação desse espaço estamos também combatendo preconceitos e valorizando a expressão das variadas manifestações".
"Garantir o espaço para os blocos afro num dos maiores complexos culturais da Bahia é muito importante para que nossa cultura continue se fortalecendo. É um suporte acima de tudo para a cultura baiana, que é muito necessário não é apenas no Carnaval, mas durante todo o ano", afirma o presidente do Ilê Aiyê, João Carlos ‘Vovô’.
A cantora Daniela Mercury se disse honrada em poder dividir o palco com o bloco afro. "O Ilê é um de nossos patrimônios culturais mais valiosos, representa as lutas por justiça social e humana, é uma força que faz com que a gente tenha fé e acredite que é possível vencer as barreiras discriminatórias. E nessa apresentação específica abraçando a questão da diversidade de forma muito generosa ao abrir as portas para o coletivo Afrobapho, reforçando a nossa luta de combate ao preconceito".
A cabeleireira Ivana Silva ficou encantada com a experiência estética da apresentação. "Esse bloco é tudo pra mim, é um símbolo de força, da resistência e da luta de minha gente. Eu não consigo parar de chorar de emoção. E é muito bonito ver essas músicas tão fortes serem cantadas aqui nesse espaço. Isso é tão importante, é representatividade para nossos jovens se reconhecerem aqui".