
A iniciativa resultou de parceria do Governo do Estado com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), em atendimento à solicitação da Associação das Baianas de Acarajé, Mingau, Receptivos e Similares (Abam). Durante o encontro também foram realizadas palestras sobre qualidade no atendimento e empreendedorismo e mercado de trabalho.
Anaída dos Santos, que tem ponto em Jaguaripe (Acarajé da Nalvinha), não perdeu a oportunidade e afirmou que a qualificação precisa ter continuidade. “O curso é importante porque qualifica mais o trabalho da gente, tanto na área da higiene quanto outras questões fundamentais. Antes, por exemplo, cortava a salada no tabuleiro, mas já levo em saquinhos. Estou sempre aprendendo coisas novas”.
Novembro Negro
Segundo a titular da Sepromi, Vera Lúcia Barbosa, o curso integra as ações do Novembro Negro e da Década Internacional Afrodescendente na Bahia, tendo entre seus eixos norteadores o reconhecimento e o desenvolvimento. “Precisamos valorizar essas mulheres, primeiras empreendedoras do País, que tanto têm contribuído para a preservação da nossa cultura, e o curso é um passo positivo nesse sentido”, afirmou Vera Lúcia.
A secretária mencionou ainda a instalação da Comissão Gestora da Política Estadual de Fomento ao Empreendedorismo de Negros e Mulheres, que envolve diversas secretarias estaduais para desenvolver iniciativas no setor. Com ponto em Stella Maris, Bárbara Cristina Pereira, disse que adquiriu mais experiência com a capacitação, destacando seu amor à profissão, herdada da mãe.
Ao falar das boas práticas na área, a consultora técnica do Senac, Simone Montes, abordou aspectos relacionados à microbiologia e higienização pessoal, dos produtos, dos equipamentos e do local de trabalho, “que é importante para quem manipula e comercializa alimentos, inclusive na rua, como é o caso da maioria das baianas de acarajé, garantindo melhor serviço, qualidade alimentar e profissional”.
Patrimônio Imaterial
As baianas de acarajé, que começaram a mercar – comprar e produzir para revender – no período da escravidão, são Patrimônio Imaterial da Bahia. O ofício também consta no livro de Registro Especial dos Saberes e Modos de Fazer, consolidando uma tradição no estado, além de ser Patrimônio Imaterial Brasileiro.
Fonte: Ascom/ Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi)