Para comemorar o mês do índio, entre 11 e 26 de abril, o Solar Ferrão e o Museu Udo Knoff de Azulejaria e Cerâmica promoverão atividades que valorizam a herança musical dos povos indígenas, a partir do seu contexto histórico e social e de sua importância no cenário da música contemporânea brasileira. Os dois espaços ficam situados no Pelourinho e são administrados pela Diretoria de Museus do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Dimus/Ipac).
Nos dias 11 e 12 de abril, no Espaço Multiuso do Solar Ferrão, a etnomusicóloga, compositora e diretora musical, Emília Biancardi, e a musicista Lalá Evangelista realizam um bate papo sobre a história dos instrumentos musicais indígenas que fazem parte da Coleção Emília Biancardi. Os participantes terão a oportunidade de tocar alguns dos instrumentos e aprender músicas que retratam a história e religiosidade de povos indígenas. As atividades acontecem em dois momentos: entre 10h e 11h e das 14h às 16h.
As comemorações continuam no dia 26 de abril, às 16h, no Largo Tereza Batista, no Pelourinho. Emília Biancardi dá início ao evento com a palestra intitulada “O Som da Memória – Os Instrumentos Musicais indígenas no contexto histórico e social e sua importância na contemporaneidade”. Em seguida, será exibido um vídeo que retrata tradições de diversos grupos indígenas do Xingu – seus costumes, danças, pintura corporal, rituais de iniciação e o quarup (ritual de lamentação pelos mortos).
Crianças e adolescentes que participam das aulas-ensaio dirigidas por Emília encerram a atividade com uma apresentação cênica da Coleção de Instrumentos Musicais Tradicionais Emília Biancardi. O grupo mostrará ao público máscaras e instrumentos de variadas comunidades indígenas, em especial dos índios Kamayurás do Xingu, e coreografias e danças utilizadas em suas diversas cerimônias e rituais religiosos.
Coleção
As obras que constituem a Coleção de Instrumentos Musicais Tradicionais Emília Biancardi foram reunidas durante anos de turnês dos seus espetáculos. O acervo compreende mais de mil peças catalogadas, oriundas de cinco continentes, e engloba instrumentos de categorias diversas, incluindo os de cunho cerimonial, destacando-se instrumentos musicais de índios brasileiros, além de outros criados e recriados por Emília a partir de suas pesquisas para projetos e espetáculos. O acervo foi doado ao Ipac em junho de 2011, sendo recentemente transferido da casa 31, na Rua Gregório de Mattos, para o Solar Ferrão. A montagem da nova exposição no espaço está sendo preparada e, em breve, será aberta ao público.